Acessório infantil reaparece em versões de luxo que custam até R$ 400, é adotado como item antiestresse — mas especialistas alertam para riscos à saúde
Redação Giro UP
Foto: InternetUma nova tendência entre jovens adultos tem causado espanto nas redes sociais: o uso de chupetas. O objeto, tradicionalmente associado a bebês, ganhou uma versão “adulto” e começou a ser utilizado pela geração Z como ferramenta para reduzir o estresse e auxiliar na rotina do sono.
Em substituição a métodos como chás calmantes e melatonina, as chamadas “chupetas tamanho adulto” prometem aliviar a tensão, melhorar o sono e até auxiliar pessoas que desejam parar de fumar. Em países como Estados Unidos e China, o produto já se popularizou como adereço alternativo, aparecendo inclusive como acessório de moda.
Fabricadas com pedras, brilhos e personalizações variadas, esses modelos podem custar até 75 dólares (aproximadamente R$ 404) e funcionam também como colares ou enfeites. “Quando estou sob pressão no trabalho, sinto uma sensação de segurança que vem da infância”, contou um usuário ao South China Morning Post. Porém, especialistas alertam para possíveis riscos à saúde.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o uso prolongado de chupetas em crianças pode prejudicar a respiração, afetar a formação dentária e atrapalhar a mordida. Entre adultos, os impactos podem ser semelhantes. O Dr. Tang Caomin explica que o hábito pode comprometer a articulação da mandíbula e, diferentemente do que relatam os adeptos da prática, até prejudicar o sono. “Dormir com uma chupeta na boca pode interferir na respiração e, em casos extremos, representar risco de sufocamento”, adverte.
O uso de elementos associados à infância como expressão estética, no entanto, não é recente. Subculturas como a moda lolita, surgida no Japão nos anos 1990, associam o visual “fofo” (kawaii) a rendas, laços, pelúcias e personagens de desenho animado como forma de resgate emocional e estilo alternativo.
Para especialistas em comportamento, o uso de acessórios como a chupeta representa um “porto seguro simbólico” e uma forma de aliviar a pressão do dia a dia — um reflexo das demandas emocionais da vida moderna. Mesmo assim, médicos recomendam cautela com a prática e reforçam que o alívio do estresse não pode comprometer a saúde.
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